
Sérgio Willians
O que diz o historiador?
Sérgio Willians é referência quando se fala na história da cidade de Santos, litoral de São Paulo. Santista de nascença, ele se mostrou interessado pela literatura e história regional desde a juventude. Resolveu entrar na faculdade de Jornalismo e viu aí a possibilidade de unir essas duas paixões.
Já atuou em redações, na área da TV e também no setor automotivo. Sua carreira literária iniciou em 2008, com o lançamento de seu livro “Pelas Ruas das Estradas de Santos”, um romance histórico em que narra a primeira viagem de automóvel realizada entre São Paulo e Santos.
Desde então, ele publicou outros romances, todos baseados na história da cidade, como a da primeira Miss Brasil da história do Brasil, o trabalhador portuário que carregava mais sacos de café, a história dos bondes….


Ainda em 2008, Sérgio iniciou como voluntário no Instituto Histórico e Geográfico de Santos, formatando projetos para buscar a revitalização da entidade, criada em 1938. Ele contribuiu para a mudança estatutária da entidade, visando a adequação aos dias atuais.
Dentro do Instituto, ele produziu grandes projetos, como o lançamento do Almanaque Santista (coleção sobre a história de Santos, dividida tematicamente em 12 partes), e a exposição “Conselheiro Nébias”, promovida pelo IHGS, ao lado das professoras Cida Franco e Tânia Pratas. Hoje, aos 56 anos, Sergio atua como presidente do Instituto, cargo que ocupa desde 2020.
Sérgio conta que pretende implementar novas tecnologias e revitalizar o Instituto.
“São propostas de ação de uma instituição como a nossa, que tem a intenção de propagar a história da cidade. Temos que usar armas para atrair o público, de uma forma que crie emoções e sensações nas pessoas”, explica.
Pensando em projetos para despertar esse interesse em crianças e jovens, o historiador desenvolveu um jogo de cartas colecionáveis sobre a história da cidade de Santos. “Muitos pensam que seria melhor algo digital, mas ainda há espaço para esse tipo de material lúdico… Nossa ideia futura é ter tecnologia envolvida nisso, por meio de realidade aumentada. Você vai apontar o celular e vai saltar o personagem em 3D da carta. Isso é uma segunda etapa”, relata Sérgio.

O presidente do IHGS destaca a importância de se trabalhar conteúdo histórico desde a infância, principalmente quando se trata da região em que estão inseridas, já que futuramente esse conhecimento poderia ser revertido em políticas públicas.
As crianças são muito importantes nesse processo. O prefeito, vereador, secretário… todos já foram crianças, mas será que eles foram ensinados a dar valor para isso? Porque o que a gente não conhece, não sabe o significado, a gente não dá valor.”

Ao ser questionado sobre qual seria o possível motivo de não abordarem isso nas escolas, Sérgio explica que seria necessário observar as duas extremidades: As escolas de ensino particular possuem outros focos e objetivos, como transmitir conteúdos voltados ao vestibular ou às futuras profissões dos alunos. Já nas escolas da rede pública, as medidas deveriam ser tomadas por meio de políticas públicas: o município precisaria colocar como grade obrigatória o ensino da história da cidade.
Sem a história, não somos nada…. É muito importante a atuação junto aos munícipes, principalmente em escolas. Precisamos criar na ‘molecada’ o amor pela história da região em que elas vivem, para que elas desenvolvam essa sensação de pertencimento.”
- Sérgio Willians